Tesouro estima que dívida pública pode chegar até R$ 8,5 tri em 2025

Tesouro estima que dívida pública pode chegar até R$ 8,5 tri em 2025

O Tesouro Nacional estima que a dívida pública federal (dpf) ficará entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões ao final do ano, segundo as diretrizes do Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2025, divulgado nesta terça-feira (4).

Para 2025, o PAF projeta ainda que o prazo médio da dívida seja estimado entre 3,8 e 4,2 anos.

O documento apresenta as metas para a administração da dívida pública federal e indica as estratégias do governo para captação de recursos ao longo do ano.

A composição da dívida seguirá os seguintes parâmetros:

  • Títulos atrelados à Selic: entre 46,3% e 52% do total;
  • Títulos prefixados: entre 19% e 23%;
  • Títulos atrelados à inflação: entre 24% e 28%;
  • Vencimentos: em 12 meses 16% e 20%.

O texto ainda traz os dados para longo e médio prazo.

Para 2035, os indexadores devem variar da seguinte forma: DPF com 35% de participação tanto para títulos pré-fixados quanto para aqueles ligados a índices de preços, seguidos por 23% para taxa flutuante e 7% para câmbio, com intervalo de 2 pontos percentuais para mais ou para menos em todos os casos.

O benchmark tem um prazo médio de 3 anos para os títulos pré-fixados; 7,5 anos para os ligados a índices de preços e câmbio; e 3,5 anos para taxa flutuante, sendo que há um intervalo de tolerância de 0,3 ano para pré-fixados e flutuante; e de 0,5 ano para índices de preços e câmbio.

Já o médio prazo da DPF é de 5 anos, com intervalo de 0,5 ano, e 20% do total vence em 12 meses, com variação de 2 pontos percentuais. O Tesouro projeta aumento na participação de juros flutuantes nos primeiros anos, mas espera reversão no médio prazo.

No documento, a pasta destaca que as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) seguem essenciais para o financiamento, permitindo prazos mais longos que os prefixados.

Aumento na emissão de LFTs

O texto ainda traz um aumento na emissão de LFTs para 2025. O número, que já havia ganhado um acréscimo em 2024 (46,3% da dívida), agora pode chegar a 52% de emissões.

As LFTs são indexadas à taxa Selic, atualmente em 13,25% ao ano, e são consideradas de baixo risco para os investidores. No entanto, a grande quantidade de títulos de dívida emitidos gera mais custos com juros para o governo, aumentando também o custo da dívida.

Em períodos de incerteza, essas letras passam a ter alta demanda, já que não incorrem em perdas caso a taxa de juros oscile e garantem ao portfólio boa rentabilidade e proteção contra a volatilidade.

Apesar de esses títulos aumentarem o prazo médio da dívida, diminuindo o risco de rolagem, a elevada proporção de papéis indexados à Selic gera efeitos negativos ao suscitar um aumento na vulnerabilidade da dívida

Segundo o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, o aumento da procura por LFTs é “natural” e “têm um papel importante no financiamento do governo federal”.

“É natural, e dada as condições, que haja ainda alguma demanda forte por títulos com taxas flutuantes e não podemos trabalhar contra a demanda de mercado. Há estratégias e estratégias, mas o Tesouro tenta não fazer preço no mercado e sim se adaptar à demanda efetiva”, afirmou em coletiva de imprensa para comentar os dados.

Ele ainda afirmou que o PAF de 2025 não traz “grandes mudanças” em termos de estratégia quanto ao documento publicado em 2024 e a ideia é manter o colchão de liquidez da forma que está. Segundo ele, está compatível com a elevação dos títulos prefixados quanto em 2023.

Ceron ainda pontuou que o cronograma de leilões voltam a ser publicados trimestralmente este ano.

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