O dólar à vista devolveu os ganhos da véspera e fechou em queda nesta quinta-feira (6), enquanto investidores analisam os dados de emprego nos EUA divulgados e aguardam mais notícias sobre o conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A divisa norte-americana encerrou as negociações em baixa de 0,49%, cotado a R$ 5,7649 na venda.
Na quarta-feira (5), o dólar à vista fechou em alta de 0,37%, a R$ 5,7935, no primeiro avanço diário desde 17 de janeiro.
O Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, que inverteu o sinal nesta tarde, fechou em alta de 0,55%, a 126.224,74 pontos, impulsionado por Vale entre os principais suportes, e acompanhando o avanço dos futuros do minério de ferro na China.
O Itaú Unibanco também ocupou as atenções, com o CEO afirmando que o banco está se preparando para qualquer cenário após resultado sólido em 2024.
Pedidos auxílio-desemprego EUA
As atenções dos investidores se voltaram aos dados de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA anunciados nesta quinta e aguardam o relatório de emprego de janeiro do país, a ser divulgado na sexta-feira (7).
O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego teve uma leve alta na semana passada, o que é consistente com o arrefecimento gradual das condições do mercado de trabalho nos Estados Unidos.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram em 11 mil , para 219 mil com ajuste sazonal, na semana encerrada em 1º de fevereiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam 213 mil pedidos para a última semana.
Os dados de pedidos não têm relação com o relatório de emprego de janeiro, que será divulgado na sexta-feira, pois está fora do período da pesquisa.
Contexto internacional
Os investidores voltavam suas atenções para o cenário externo nesta sessão, onde, apesar de ganhar sobre seus pares fortes, a divisa norte-americana perdia ou rondava a estabilidade frente a moedas emergentes, o que parecia moldar seu desempenho no mercado brasileiro.
Em favor dos países emergentes estava a alta dos preços do petróleo e uma contínua percepção de que as ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, são mais uma tática de negociação para atender a interesses norte-americanos do que uma preocupação real.
Com isso, o dólar recuava ante o peso colombiano e o peso chileno e rondava a estabilidade frente ao peso mexicano.
O índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas –, por outro lado, subia 0,23%, a 107,900.
“Os movimentos de hoje parecem ser impulsionados mais por fluxos do que por notícias, visto que as últimas, na verdade, são consistentes com o fortalecimento do dólar”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.
Moutinho se referiu a declarações do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que disse na véspera que o governo não vai pedir ao Federal Reserve que reduza a taxa de juros, como havia sido prometido por Trump na primeira semana do mandato.
O comentário ajudava a elevar os rendimentos dos Treasuries, o que, normalmente, favorece o dólar de forma ampla.
No entanto, ainda há cautela em relação ao recente conflito comercial entre EUA e China, uma vez que Trump impôs uma tarifa de 10% sobre os produtos chineses, o que gerou retaliação por Pequim, com um acordo – como Trump obteve com México e Canadá – ainda parecendo distante.
Mais cedo, quando o dólar avançava sobre seus pares emergentes, o real foi pressionado, com a moeda norte-americana atingindo a máxima do dia de R$ 5,8239 (+0,52%), às 9h14.
No cenário doméstico
O movimento do dólar nesta sessão ainda podia ser justificado por um processo de correção de preço, com investidores realizando lucros, após a moeda marcar a décima-segunda sessão consecutiva de queda na terça-feira.
Na quarta, o dólar à vista fechou em alta de 0,37%, no primeiro avanço diário desde 17 de janeiro, com o mercado mostrando nesta sessão que ainda há espaço para mais ajustes na precificação.
Além da revisão das expectativas em relação ao novo governo dos EUA, a forte desvalorização do dólar ante o real neste ano ocorre por conta do que alguns analistas apontam como níveis exagerados que a moeda dos EUA atingiu no ano passado, na esteira de temores com o cenário fiscal brasileiro.
Apesar da alta da véspera e dos ganhos desta quinta, o dólar ainda acumula baixa de 6% frente ao real em 2025.
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*Com informações da Reuters
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