O Ministério dos Transportes já está dialogando com empresas interessadas em assumir a concessão de rodovias em 2025 para evitar leilões esvaziados, informou a secretária Nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, ao CNN Money.
Para este ano, o governo federal tem como meta a realização de 15 concessões rodoviárias, sendo 12 novos leilões e três repactuações contratuais.
O projeto prevê R$ 161 bilhões em investimentos privados em rodovias, dos quais R$ 38 bilhões virão das otimizações contratuais.
“São uma série de ações que faz com que a gente ganhe credibilidade nos nossos estudos. Faz com que a gente consiga atrair mais investidores”, afirmou em entrevista ao CNN Money.
“Tem muita gente nova que está tentando ganhar um leilão, que não ganhou em 2024, mas vai ganhar em 2025. Faremos 15 leilões, então teremos oportunidades para todos”, pontuou.
Do total previsto, cinco leilões já foram marcados:
- Rota Agro Norte, com a concessão da BR-364/RO: 27 de fevereiro;
- Ponte Binacional São Borja: 4 de abril;
- BR/040 e MG/RJ/495, que liga Juiz de Fora (MG) ao Rio de Janeiro (RJ): 30 de abril;
- Rota da Celulose, composta por trechos das rodovias federais BR-262 e BR-267, e das estaduais MS-040, MS-338 e MS-395: 5 de maio;
- Otimização da BR-163/MS pela MSVIA: 22 de maio.
Rota da Celulose
Os trechos da Rota da Celulose já haviam passado por um leilão em dezembro do ano passado, mas não apareceram interessados no certame.
Para não repetir o cenário em maio de 2025, o ministério e o governo do Mato Grosso do Sul promoveram alterações no edital a partir de sugestões de possíveis investidores para tornar o certame mais atrativo, disse a secretária.
“A gente teve um leilão esvaziado. Ouvimos muito os investidores […] para entender quais eram as oportunidades de melhoria. Fizeram alterações na matriz de risco. Alteraram o Capex. A gente já fez outras sondagens com investidores e sabemos que vai ser uma disputa boa na Rota da Celulose”, afirmou.
Entre as atualizações no edital, está um ajuste no cronograma de operação, ampliando os prazos para a conclusão das obras essenciais, que agora deverão ser finalizadas entre o 6° e o 8° anos do contrato. A concessão tem duração de 30 anos.
Outra mudança é que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) fará a construção do contorno do município de Três Lagoas. Após a conclusão das obras, prevista para o 4° ano do contrato, o trecho será incorporado à concessão.
Pavimentação da BR-319
A secretária também falou sobre o interesse do governo em pavimentar a BR-319 até 2026, quando encerra o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A rodovia liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), cruzando a Floresta Amazônica, em trechos onde há terras indígenas e unidades de conservação.
O Ministério dos Transportes já se posicionou favoravelmente à pavimentação da rodovia por considerar que a obra é viável ambientalmente, desde que cumpra requisitos, como colocar cercas no chamado “trecho do meio” para preservar a fauna local.
De acordo com a secretária Viviane Esse, é possível controlar a entrada e saída de pessoas na rodovia, a partir da fiscalização. Uma das críticas ambientais à obra é de que a pavimentação irá facilitar o acesso de garimpeiros e madeireiros ilegais na região.
“A gente ainda não tem um cronograma exato. Temos a execução de obras do DNIT e estamos estudando a proposta de estruturar esse projeto de gestão, de controle de acesso, quem entra, quando sai e aí sim conseguir a autorização para fazer a pavimentação do Trecho do Meio”, disse Viviane.
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