Estimativa de safra recorde e queda do dólar à parte, o varejo ainda não prevê queda nos preços dos alimentos no Brasil. Em entrevista à CNN, Marcio Milan, vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) indicou que este movimento não está no horizonte do setor que representa.
Quadros do governo federal — do Ministério da Agricultura à Fazenda — defendem nas últimas semanas a tese de que o avanço da produção no campo, e consequentemente o aumento da oferta de alimentos, somado ao recuo da moeda americana levarão acomodação aos preços.
“O que identificamos é uma redução no ritmo de alta dos preços. Queda, ainda não”, disse o representante.
Para Milan, a redução dos preços de alimentos vai depender de uma queda mais significativa e estável do dólar — que recuou cerca de 7% desde o início do ano, mas permanece volátil, com investidores de olho nas primeiras movimentações de Donald Trump em seu retorno à Casa Branca.
Em janeiro, o varejo começou a reajustar preços para atender a pedidos da indústria de bens de consumo, que vem sendo impactada pela alta do valor de insumos importados em dólar. O avanço dos preços a novos patamares é tratado como recente e em acomodação.
Ainda segundo o representante, só será possível apontar impactos da safra para os preços conforme o ano avançar. As estimativas iniciais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra da temporada anterior foram reduzidas ao longo de 2024, conforme fenômenos climáticos afetaram o país.
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