Rombo na Previ pode levar a processos na Justiça; entenda

Rombo na Previ pode levar a processos na Justiça; entenda

O Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou neste mês uma auditoria nas contas da Previ, após rombo de R$ 14 bilhões no chamado Plano 1, entre janeiro e novembro de 2024.

Não há data para a conclusão do procedimento, mas, caso sejam constatadas irregularidades na administração do fundo, pode haver a abertura de um processo judicial e a responsabilização dos gestores.

Entre eles estão o presidente da Previ, o sindicalista João Fukunaga, e de outros administradores do fundo.

Caberá à auditoria do TCU levantar se houve “dolo” ou “culpa” — ou nenhum dos dois casos — na administração que levou ao fluxo negativo registrado.

No caso de possível culpa, a conclusão teria como base a chamada “imperícia”, que significa que não havia competência técnica para determinada gestão.

“Quando há um profissional imperito, ele é obrigado a responder. Esse é o principal debate hoje na Previ. Mas quem chancelou essa competência no passado foi o próprio TCU”, explica à CNN Emanuel Pessoa, advogado especializado em direito empresarial.

“Portanto, seria muito difícil considerá-lo [Fukunaga] imperito sem uma prova cabal, porque a qualificação técnica dele foi chancelada. Tem que comprovar que, embora ele tenha a qualificação formal, não tinha a efetiva”, complementou.

O advogado explicou, ainda, que, por conta de a Previ se enquadrar em uma entidade de previdência complementar, as responsabilizações são diferentes em relação a das empresas em geral.

Para Cássio Landes, head de Previdência e Seguridade da Valor Investimentos, o principal questionamento recai justamente sobre a idoneidade e a qualidade técnica das pessoas responsáveis hoje pela administração do fundo e, portanto, faz-se necessário averiguar se são profissionais de mercado ou estão somente lá por questões políticas.

“A auditoria do TCU que vai referendar, do ponto de vista técnico e financeiro, essa possibilidade de irregularidades e de outros fundos que também estão ligados à administração possam ter esses mesmos problemas”, disse.

Caso comprovada alguma irregularidade ou imperícia, os outros administradores responsáveis pelo fundo podem ser chamados a responder.

Nesse caso, eles teriam que comprovar que demonstraram oposição às decisões que causaram prejuízo — ou que não tiveram participação nas mesmas.

“Mas isso só vai acontecer se o Fukunaga for responsabilizado com dolo ou culpa”, lembra Emanuel Pessoa, dizendo que o presidente da Previ poderá, em sua defesa, “argumentar que todas as decisões do fundo foram tomadas por meio de profissionais qualificados”.

Serasa: brasileiros demoram a fazer plano financeiro de aposentadoria

 



Link original
Publicações relacionadas
Deixe uma resposta

Seu endereço de e-mail não será publicado.Os campos obrigatórios estão marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.