A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) criticou as medidas anunciadas pelo governo federal na quinta-feira (6) para conter a inflação dos alimentos, as quais chamou de ineficazes.
Para a Frente, a solução mais eficiente para combater a alta dos preços se dá pelo apoio à colheita da safra brasileira que ocorre nos próximos meses e pela correção de ações que impactam diretamente o custo de produção no Brasil.
Os integrantes do grupo avaliam que o governo tenta criar uma narrativa em que o “problema” vem da oferta, mas que se trata dos resultados da política fiscal adotada e da oneração dos produtores rurais.
”Não é transferindo o ônus de bancar o desequilíbrio do gasto público do governo para os produtores rurais que teremos uma comida mais barata e uma produção economicamente viável”.
A FPA afirma que a estratégia de utilizar recursos internos para conseguir zerar os impostos sobre os produtos importados não terá efeito imediato para a redução dos preços, especialmente se não houver apoio à produção brasileira.
A Frente ressaltou a necessidade de iniciar as tratativas do novo Plano Safra 25/26, com “a garantia de implementação total de recursos, do acesso pleno e com juros adequados aos produtores rurais brasileiros”.
Os integrantes do grupo disseram esperar ainda uma resposta do governo federal sobre as próprias ações que eles apresentaram ao Ministério da Fazenda e à Casa Civil no fim de fevereiro.
Medidas do governo
O governo federal anunciou na quinta-feira (6) um conjunto de medidas para tentar conter a alta dos preços dos alimentos, incluindo a isenção de imposto de importação sobre alguns produtos e ações regulatórias para estimular a competitividade e reduzir custos.
Além das isenções, foi anunciado o estímulo à produção de alimentos da cesta básica no Plano Safra e o fortalecimento dos estoques reguladores pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O governo busca ainda um acordo com os estados para redução do ICMS sobre produtos da cesta básica e firmou parceria com supermercadistas para divulgar os melhores preços ao consumidor.
Também será lançado o Selo Empresa Amiga do Consumidor, uma iniciativa para identificar e incentivar supermercados que praticam preços equilibrados na cesta básica.
Outra ação prevista é a extensão, por um ano, da validade do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) para todo o território nacional, permitindo a comercialização interestadual de produtos certificados no nível municipal, como leite, mel e ovos.
Por fim, foi anunciada a mistura de 14% de biodiesel no diesel (B14) e de 27,5% de etanol na gasolina, como medidas para baratear os preços.
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