Igor Calvet, novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), assumirá o cargo nesta sexta-feira (14) com uma agenda focada em equalizar as condições de importação no setor automotivo brasileiro.
Em entrevista ao CNN Money, Calvet destacou que a prioridade é tornar igualitária a entrada e comercialização de automóveis no país, independentemente de sua origem.
“Não há qualquer tipo de discriminação do ponto de vista da Anfavea por qualquer empresa, independente do capital dela, mas há a necessidade e o desejo de que as empresas que venham ao Brasil não só anunciem investimentos, como também estejam produzindo no país, fortalecendo toda a indústria nacional e gerando empregos aqui”, afirmou.
Recomposição de alíquotas e desafios
Um dos principais pleitos da Anfavea é a recomposição da alíquota do imposto de importação, que atualmente está zerada há cerca de 10 anos, mas historicamente era de 35%.
Calvet argumenta que essa medida é necessária diante do cenário global atual, onde vários países estão aumentando suas barreiras tarifárias.
“O mundo de hoje é diferente. Os Estados Unidos erigindo barreiras de mais de 100%, o Canadá 106%, a Índia 75%, países da Europa, a União Europeia como um todo, chegando a tarifas de até 48%, e o Brasil, um mercado também produtor com uma tarifa muito mais baixa”, explicou.
Transição energética
Questionado sobre o futuro da indústria automotiva brasileira em relação à transição energética, Calvet defendeu uma abordagem eclética.
“Não há só um caminho para descarbonizar. Os elétricos são um caminho importante, mas os biocombustíveis, o etanol, o veículo híbrido também são”, afirmou.
O executivo ressaltou a vantagem competitiva do Brasil na produção de biocombustíveis e a necessidade de aproveitar essa expertise para posicionar o país como um exportador de tecnologia descarbonizante, especialmente considerando a proximidade da COP30.
Calvet concluiu enfatizando a importância de fortalecer a indústria automotiva local, promovendo investimentos e geração de empregos, enquanto se adapta às mudanças globais do setor e às demandas por sustentabilidade.
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