A inflação está no centro das atenções econômicas nesta quarta-feira (12), com a divulgação de dados cruciais tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Os números serão fundamentais para orientar as decisões de política monetária dos bancos centrais de ambos os países.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Após uma modesta alta de 0,16% em janeiro, o dado acelerou em fevereiro a 1,31%. Este é o maior avanço para o mês desde 2003, segundo a série histórica do IBGE.
Nos últimos doze meses, a taxa ficou em 5,06%, acima dos 4,56% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Fatores como a devolução do bônus de Itaipu na tarifa de energia elétrica, a pressão nos preços dos alimentos e o aumento do ICMS sobre combustíveis são apontados como principais contribuintes para esta aceleração.
Nos Estados Unidos
Do outro lado do hemisfério, os Estados Unidos divulgaram o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês).
Os preços ao consumidor dos Estados Unidos aumentaram menos do que o esperado em fevereiro, mas a melhora provavelmente é temporária em um cenário de tarifas agressivas sobre as importações que devem elevar os custos da maioria dos produtos nos próximos meses.
O índice avançou 0,2% no mês passado, de 0,5% em janeiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (12). As projeções indicavam uma desaceleração, com o índice cheio esperado em 0,3% para o mês.
Os números podem corroborar a visão predominante no mercado de uma redução total de 75 pontos-base nas taxas de juros americanas ao longo deste ano. O primeiro corte é previsto para maio ou junho.
Impactos nos juros
No Brasil, já está praticamente certa uma alta de 1,0% na taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), elevando-a para 14,25%. A grande incógnita reside nos passos subsequentes do Banco Central brasileiro.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, um resultado do CPI acima do esperado poderia gerar tensões nos mercados financeiros, potencialmente alterando as expectativas quanto à trajetória dos juros definida pelo Federal Reserve (Fed).
Os dados de inflação divulgados hoje são cruciais para calibrar as apostas do mercado sobre o rumo da política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, influenciando diretamente as decisões de investimento e as perspectivas econômicas para os próximos meses.
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