O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou na tarde desta terça-feira (18) sobre a descrença que enfrentou para viabilizar a proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que ganham até R$ 5 mil, uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Haddad destacou o ceticismo em relação à viabilidade da medida especialmente por parte de quem duvidava que o governo conseguisse cumprir a promessa.
“Pouca gente acreditou. Quando fui convidado para assumir, o pessoal até tirou um sarro de mim. ‘Haddad você tem um abacaxi para descascar, porque o presidente colocou a isenção de até R$ 5 mil no plano de governo’. Deu muito trabalho, mas com uma equipe técnica de alta qualidade, conseguimos chegar a um desenho”, disse em evento na fábrica da Toyota em Sorocaba (SP).
O texto foi apresentado mais cedo em cerimônia no Palácio do Planalto.
“Essa ideia [isenção de IR] não é nova, já foi prometida por outros políticos e nunca foi honrada. Muita gente faz promessas sem fazer conta.”
O ministro ressaltou ainda que o esforço do governo vai impactar milhões de brasileiros, especialmente a classe média, que é a mais beneficiada pela isenção.
A proposta também prevê a redução da tributação para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil por mês.
Para compensar a perda de arrecadação com a ampliação da faixa de isenção, o governo sugeriu a criação de uma alíquota mínima para quem tem rendimentos mais altos.
A medida visa garantir que quem ganha acima de R$ 50 mil por mês pague, no mínimo, uma porcentagem do Imposto de Renda. Além disso, um imposto de 10% sobre dividendos também será cobrado.
A proposta segue para a Câmara dos Deputados, onde deve ser debatida e, se aprovada, passará ao Senado. O governo tem como objetivo que a medida esteja em vigor a partir de 2026. Mas, para isso, ela precisa ser sancionada ainda este ano.
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