“Justiça tarifária“ de energia será compensada por limite de incentivos

“Justiça tarifária“ de energia será compensada por limite de incentivos

Medidas de “justiça tarifária” para beneficiar consumidores de energia de baixa renda terão um custo de R$ 4,5 bilhões ao ano para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que poderá ser gradualmente compensado com a limitação dos incentivos atuais a consumidores do mercado livre de energia, de acordo com proposta de reforma do setor elétrico apresentada nesta quarta-feira pelo Ministério de Minas e Energia.

O texto seria enviado nesta quarta-feira (16) para análise na Casa Civil, disse o ministério.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tem conhecimento da proposta e a apoia.

O governo pretende impor limites a benefícios gozados hoje por aqueles que compram energia no mercado livre, principalmente grandes e médias empresas, fazendo “justiça tarifária”, conforme defendeu Silveira ao apresentar o plano no início da noite, após reunião com o presidente Lula.

Em uma frente, o governo irá propor a gratuidade para o consumo de até 80 kWh/mês para famílias do CadÚnico com renda mensal até meio salário mínimo per capita. Essas famílias já não pagam nenhum encargo referente à CDE, que é custeada pela conta de luz, e continuarão não pagando.

O impacto estimado é de R$ 3,6 bilhões ao ano, que serão custeados pela CDE, o que significa aumento médio na conta de 0,9% para os demais consumidores regulados.

De acordo com o MME, 17 milhões de famílias serão beneficiadas com alguma diminuição na conta, sendo que 4,5 milhões de famílias deixarão de pagar qualquer valor.

Em outra frente, o governo quer isentar o pagamento da CDE no consumo mensal de até 120 kWh/mês para famílias de renda per capita entre meio e um salário mínimo — um universo de 8,5 milhões de famílias que poderá, segundo o ministério, subir até 21 milhões de famílias a depender do ritmo de cadastro futuro.

Considerando somente as famílias já elegíveis, o custo desta medida será de R$ 850 milhões ao ano, equivalente a um acréscimo de 0,5% para os demais consumidores regulados.

A pasta argumenta que, ao longo do tempo, esses aumentos serão compensados por uma outra perna da reforma, que é economia de R$ 10 bilhões, num prazo incerto, pela limitação dos descontos de uso da rede.

Pela nova regra proposta, o consumidor de baixa tensão não terá o desconto no consumo para comprar energia incentivada, o que valerá, contudo, somente para novos contratos.

Num outro eixo, a reforma irá “quebrar o monopólio das distribuidoras na venda de energia”, disse Silveira, o que beneficiará a classe média, que poderá escolher o seu fornecedor mais competitivo, já que haverá abertura do mercado livre a todos os consumidores.

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