Picos de importação vão ser monitorados com rigor, diz Alckmin

Picos de importação vão ser monitorados com rigor, diz Alckmin

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (16) que o governo federal vai monitorar com rigor os fluxos de importação, em meio ao tarifaço anunciado pelos Estados Unidos sobre todos os países, em especial a produtos chineses.

Segundo ele, é preciso observar se esses produtos não acabarão sendo redirecionados para o Brasil, afetando a indústria nacional.

“Tem que haver monitoramento de importações que podem desaguar no país”, disse. “Importação é boa, comércio exterior é exportar e importar. É mão dupla. Agora, pico de importação, você até de repente tem o desaguamento aqui de produtos, isso vai ser monitorado com rigor”.

A Casa Branca anunciou nesta terça-feira (15) um aumento de 245% nas tarifas para a China sobre os produtos que entram nos Estados Unidos. O governo americano disse que a medida é resultado das ações retaliatórias do país asiático.

Alckmin destacou que o Brasil defende o livre comércio com base em regras claras e o fortalecimento de acordos multilaterais.

“O Brasil defende o livre comércio, defende seguir as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Nós precisamos ter regras no comércio internacional. Mas o livre comércio beneficia o conjunto da população”, afirmou.

O vice-presidente também citou a importância da recém-sancionada Lei da Reciprocidade e reforçou que o diálogo com os Estados Unidos segue em curso.

“O presidente Lula sancionou a Lei da Reciprocidade, que é uma boa lei, prevê um arcabouço jurídico importante. A segunda é o diálogo. Técnicos nossos do Mdic, do Itamaraty, têm conversado com o governo dos Estados Unidos. O diálogo caminha”, destacou.

Alckmin vê, além dos riscos, oportunidades no cenário internacional, especialmente no setor agro e na indústria automotiva.

“Nesse momento de comércio internacional, você tem muitas oportunidades, especialmente no agro. De janeiro a março, por exemplo, na indústria automotiva, cresceu 40% as exportações brasileiras. A gente tem que estar atento a novas oportunidades, conquistar novos mercados”, pontuou.

Indústria nacional teme inundação chinesa

A indústria nacional teme que a guerra comercial entre Estados Unidos e China redirecione exportações dos dois países, inundando o Brasil com mercadorias.

Representantes dos setores de aço, químicos e têxteis já iniciaram conversas com o governo federal, solicitando medidas de proteção comercial contra esse movimento.

A indústria química, por exemplo, discute com membros do governo a implementação de salvaguardas, cotas e medidas compensatórias para enfrentar possíveis perdas.

Entre 2000 e 2023, a participação dos importados no mercado brasileiro saltou de 21% para 47%. Com o “efeito Trump” em jogo, líderes do setor afirmam que medidas anteriores, como o aumento temporário de tarifas para 30 produtos químicos, podem não ser suficientes para enfrentar o novo cenário.

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