O Ibovespa recuo nesta sexta-feira (16), um dia depois de ter atingido mais uma máxima histórica, marcado pela frustração dos investidores com o resultado do Banco do Brasil nos primeiro trimestre deste ano. Enquanto isso, o dólar também encerrou o pregão no campo negativo, após avanço firme da véspera.
O Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caiu 0,11%, a 139.187,39 pontos, acumulando uma alta de 1,93% na semana.
Já o dólar à vista teve um recuo de 0,20%, a R$ 5,6690 na venda. Na semana, a moeda norte-americana acumula uma leve alta de 0,25%.
A Marfrig e a BRF anunciaram na quinta-feira (15) a fusão de negócios, com a Marfrig comprando a totalidade de ações de emissões da BRF. O novo empreendimento será chamado de MBRF, com receita de R$ 152 bilhões ao ano.
Além disso, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou nesta sexta que detectou o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja de aves comerciais. É o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil.
Contexto internacional
Os movimentos do real nesta sessão acompanhavam a baixa volatilidade nos mercados de câmbio globais, com a divisa dos EUA com variações modestas ante pares forte, como o euro e o iene, e pares emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno.
Os investidores têm evitado realizar grandes apostas em qualquer direção antes de terem mais notícias sobre o andamento das negociações tarifárias dos EUA com parceiros, depois que acordos fechados com Reino Unido e China deixaram os agentes mais otimistas no início da semana.
De forma geral, analistas temem que as tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em abril, em particular as taxas sobre a China, provoquem uma recessão global. Com isso, qualquer indício de acordos comerciais entre os EUA e seus parceiros tem trazido alívio aos mercados.
“Embora Trump tenha recuado no tema tarifário, receios permeiam ainda de como ficará a questão entre os EUA e a China nessa guerra comercial e quais serão os impactos econômicos globais que possam ser esperados”, disse Marcio Riauba, head da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,04%, a 100,810.
As atenções também se voltarão nesta sessão a novos dados econômicos dos EUA, com destaque para números de confiança do consumidor, às 11h, depois que dados fracos ao longo da semana para inflação e vendas no varejo aumentaram a expectativa por cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve.
No momento, os operadores precificam 56 pontos-base de afrouxamento pelo Fed até o fim do ano, com um corte de juros quase totalmente precificado para setembro.
Cenário no Brasil
Na cena doméstica, os investidores devem manter o foco no exterior, após terem retomado preocupações com o cenário fiscal brasileiro na véspera.
Na quinta, o dólar chegou a gerar forte pressão sobre o real no meio da tarde, em meio a especulações de que o governo estaria preparando um conjunto de medidas para alavancar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo um estudo para reajuste do Bolsa Família em 2026.
No entanto, a divisa norte-americana perdeu força após os relatos sobre estudos para o reajuste do Bolsa Família serem desmentidos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acrescentou que a equipe econômica está preparando medidas pontuais para assegurar o cumprimento da meta fiscal.
O dólar à vista fechou em alta de 0,84%, a R$ 5,6803.
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*Com informações da Reuters
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