O Ministério da Agricultura e Pecuária apreendeu lotes de produtos denominados “pó para preparo de bebida sabor café” nos últimos dias em estabelecimentos localizados em São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Os produtos e a matéria-prima utilizada para sua fabricação foram confiscados cautelarmente para a análise da equipe técnica e concluir quanto à legalidade ou não dos produtos.
A apreensão foi motivada por denúncias de entidades e associações ligadas ao café. Os grupos alegam a presença de cascas e grãos defeituosos, de aromatizantes e pela informação sobre o uso de polpa de café como ingrediente. Esta última não foi encontrada pela fiscalização.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Hugo Caruso, informou que não é possível afirmar, neste momento, se de fato trata-se de fraude.
“Os produtos foram apreendidos e estão sendo analisados. Somente após a conclusão das análises poderemos afirmar se os produtos são realmente uma fraude”, disse.
A situação ocorre em um momento de alta histórica no preço do café arábica, tipo mais consumido no Brasil, que chegou a R$ 50 o quilo ao consumidor em janeiro, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
Esse aumento gerou uma reação da indústria com a oferta de produtos alternativos apelidades de “cafake”.
O “cafake” é um produto que não segue as especificações rigorosas do café genuíno, que deve conter no mínimo 99% de grãos de café ou café moído.
Em contraste, o “cafake” pode incluir polpa de café, outros grãos, galhos e até aromatizantes e corantes para simular o sabor e a aparência do café.
Muitas vezes, ingredientes como a polpa do grão, normalmente destinados à ração animal ou fertilizantes, são usados nesses produtos.
Consumidores devem estar atentos às embalagens dos produtos. Enquanto o café autêntico é rotulado como “café torrado e moído”, os substitutos geralmente trazem descrições como “pó para preparo de bebida sabor café”.
Esta distinção é fundamental para evitar confusões e garantir a qualidade do produto consumido.
A situação atual do mercado de café reflete não apenas as flutuações econômicas, mas também os desafios ambientais enfrentados pela indústria.
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