A Airbus europeia finalizou um acordo para adquirir alguns ativos da Spirit AeroSystems, anunciaram ambas as empresas nesta segunda-feira (28), completando uma parte crítica da divisão transatlântica da fornecedora em dificuldades com a rival americana Boeing.
A fabricante americana concordou no ano passado em recomprar a gigante de estruturas aeronáuticas que havia separado há duas décadas por U$ 4,7 bilhões em ações, enquanto a Airbus se movimentou para assumir as atividades deficitárias focadas na Europa.
Duas fábricas principais envolvidas na transferência são Kinston, na Carolina do Norte, onde a Spirit (SPR) fabrica uma parte crucial da fuselagem do A350, e uma fábrica em Belfast, Irlanda do Norte, que produz asas de carbono para o A220.
“A celebração deste acordo é um marco significativo enquanto trabalhamos para o fechamento da aquisição pela Boeing, em benefício da Spirit, seus acionistas e outras partes interessadas”, disse a Diretora Financeira da Spirit, Irene Esteves.
A Airbus fornecerá linhas de crédito sem juros no valor de US$ 200 milhões para a Spirit como parte do acordo, disseram as empresas em comunicados separados. A Airbus, por sua vez, será compensada com um pagamento de US$ 439 milhões da Spirit, informou a fabricante.
Cartas enviadas este mês aos funcionários pela CEO da Boeing Commercial Airplanes, Stephanie Pope, e pelo CEO da Spirit, Pat Shanahan, sugerem que alguns trabalhos em Belfast e uma fábrica em Prestwick, Escócia, não absorvidos pela Airbus, iriam para a Boeing (BA).
A Spirit disse em seu comunicado que a Airbus adquiriria a produção de asas do A220 em Belfast. Caso não seja encontrado um comprador adequado, a Airbus também assumiria a produção da fuselagem central do A220.
Enquanto isso, a Airbus disse que adquiriria a produção de componentes de asas para o A320 e A350 em Prestwick, Escócia.
Embora a Boeing tenha considerado anteriormente recomprar sua ex-subsidiária, a decisão de seguir adiante vem enquanto a fabricante aumenta a produção de seu jato mais vendido, o 737 MAX, após uma série de crises em 2024 que pesaram sobre a produção.
A Spirit, que produz a fuselagem do MAX, levantou dúvidas no ano passado sobre sua capacidade de continuar operando, recebendo ajuda financeira de ambas as fabricantes.
A Spirit Aero, sediada em Wichita, Kansas, disse em fevereiro que possui liquidez total de US$ 890 milhões, mas espera consumir entre US$ 650 milhões e US$ 700 milhões em caixa livre durante o primeiro semestre de 2025, sem oferecer explicação.
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