O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta quinta-feira (15) os rumores de que o governo estaria preparando um pacote fiscal, assim como o da possibilidade de um aumento no valor do Bolsa Família.
Em análise ao CNN Money, Thais Herédia diz que o ministro está tentando tirar um pouco da desconfiança do público sobre o cenário fiscal — mas não surte efeito.
“É muito melancólico assistir ao que está acontecendo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad […] A melancolia está no fato dele negar ações que deveriam estar sendo discutidas por ele. Se não é ele, quem está?”, questiona Herédia.
Ela ainda ressalta que o país está sem agenda e é onde reside sua melancolia, à medida que acontece uma conformidade com o crescimento robusto da economia acima da sua capacidade, inflação um pouco mais alta, juros também mais altos, e tudo isso sendo “empurrado com a barriga”.
As falas acontecem em meio a um boato que envolve uma lista onde são apresentadas medidas que não impactam a meta fiscal — chamadas de medidas parafiscais — e que tem circulado no mercado durante a semana.
Segundo a analista de economia da CNN, deve ser por esse motivo que Haddad não consegue fazer uma oposição ao boato, ressaltando que diversos economistas têm alertado sobre o parafiscal do governo.
Urnas em 2026
Fontes disseram à CNN que dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) avaliam que Fernando Haddad é o principal quadro da sigla em São Paulo e que seu nome “precisa” estar nas urnas em 2026 — seja para a disputa de cadeira no Senado ou pelo Palácio dos Bandeirantes.
Thais Herédia analisa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria priorizar Haddad como ministro, mas que ele sempre foi visto como uma barreira para algumas medidas do partido.
“O Partido dos Trabalhadores está trabalhando para dizer ao ministro: ‘Ministro, a gente adora você, mas está na hora de ir se acostumando com outra posição’. Haddad sempre foi visto como um bloqueio para políticas mais à esquerda”, diz Herédia.
Publicamente, tanto o ministro quanto sua pasta negam que ele seja candidato às eleições de 2026. Para disputar o pleito, o petista precisaria se descompatibilizar do seu cargo na Fazenda, mas isso pode acontecer até o prazo de abril do ano que vem.
“Esses ataques já aconteceram. A surpresa é essa antecipação. A descompatibilização é só daqui a um ano. Falta mais um ano, espera um pouco”, pontua a analista.
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