Os principais índices de ações dos Estados Unidos terminaram o pregão em queda, refletindo a preocupação dos investidores com os potenciais efeitos nocivos das tarifas de importação anunciadas pelo presidente do país, Donald Trump, e a indicadores que mostraram fraqueza no setor industrial.
A Nasdaq foi o índice mais perdedor nesta segunda-feira, com queda de 2,64%. A Nvidia registrou um dos recuos mais intensos, de 8,69%. Destaque negativo também para a Amazon (-3,42%).
O índice S&P 500 caiu 1,76%, enquanto o Dow Jones fechou em queda de 1,48%.
Trump confirmou que amanhã entrarão em vigor tarifas de 25% para Canadá e México. Estas tarifas haviam sido anunciadas originalmente em fevereiro, mas ficaram suspensas por um mês.
O período foi usado para negociações e havia expectativa entre os investidores de que elas pudessem ser amenizadas, o que não se confirmou.
O presidente dos Estados Unidos também confirmou um incremento de 10 pontos porcentuais à tarifa de 10% aplicada sobre produtos da China.
Segundo o banco Wells Fargo, no primeiro mandato, as tarifas aplicadas por Trump afetaram aproximadamente 16% das importações dos Estados Unidos.
Desta vez, contando as tarifas que passarão a valer amanhã para México e Canadá e o incremento na tarifa à China, o porcentual é de 42%.
Na semana que vem, no dia 12, estão previstas tarifas sobre o aço e o alumínio, e no dia 2 de abril “tarifas recíprocas”, ainda não especificadas, e tarifas sobre produtos agrícolas, conforme anúncio feito hoje por Trump.
A confirmação das tarifas a Canadá, México e China ocorre no mesmo dia em que dados sobre o setor industrial dos Estados Unidos mostraram sinais de fraqueza na indústria do país, bem como impactos negativos da política de taxar importações.
O assunto foi comentado inclusive pelo megainvestidor Warren Buffet. Em entrevista à CBS News, ele classificou as tarifas como “um ato de guerra” e “um imposto sobre bens”.
Em relatório, a corretora Charles Schwab destaca que há um “nível épico” de incerteza em torno das políticas do governo Trump, sejam elas em relação a tarifas ou cortes de gastos.
“As menções a tarifas em teleconferências de empresas superaram os níveis da guerra comercial de 2018”, diz o documento, que menciona também a piora do quadro macroeconômico, com destaque para a previsão do Federal Reserve de Atlanta de contração de 2,8% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre.
Isso, acrescenta a corretora, levou a uma busca por setores mais defensivos nas bolsas americanas, como o de saúde e o financeiro, e à piora no desempenho dos papéis de tecnologia, que sofrem pressão adicional das preocupações com o mérito de investimentos elevados em inteligência artificial.
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