O mercado financeiro dos Estados Unidos perdeu US$ 9,948 trilhões desde que Donald Trump assumiu a presidência do país no dia 20 de janeiro. Os dados são da consultoria Elos Ayta.
Só nos três dias de pregão desde quarta-feira (2), as perdas das bolsas de Wall Street totalizam US$ 6,223 trilhões. Na data — a qual Trump vinha se referindo como “Dia da Libertação” –, o presidente dos EUA anunciou uma série de “tarifas recíprocas” a quase todos os países do mundo.
Segundo Trump, seu objetivo é reduzir o déficit comercial dos EUA, promover um comércio exterior mais justo e fortalecer a indústria norte-americana, atraindo investimentos.
Por outro lado, o mercado passou a elevar seus temores sobre a possibilidade de a economia norte-americana ser atingida por uma recessão e inflação mais duras.
“O movimento de pânico, alimentado por incertezas regulatórias e temores geopolíticos, atingiu em cheio as empresas americanas, com destaque negativo para os segmentos fora da elite tecnológica”, pondera Einar Rivero, CEO da Elos Ayta.
Pregão volátil
As bolsas dos EUA ensaiaram um breve otimismo ao longo das negociações desta segunda-feira (4) após rumores de que Trump poderia realizar uma pausa nas tarifas.
No entanto, a recuperação foi passageira, e uma vez a Casa Branca e o próprio presidente dos EUA negando a possibilidade, os índices voltaram a cair.
Ao fim do pregão, os três grandes indicadores da bolsa de Nova York estavam divididos. O Dow Jones fechou em baixa de 0,91%, aos 37.965,6 pontos; enquanto o S&P 500 caiu 0,23%, a 5.062,25 pontos. Já o Nasdaq subiu 0,1%, a 15.603,26.
Segundo Diego Chumah, gestor de bolsa macro do ASA Hedge, a escalada da China na guerra comercial foi um dos principais fatores que aumentou a volatilidade e os temores de uma potencial desaceleração econômica global.
Na sexta-feira (4), a o governo chinês anunciou uma tarifa retaliatória de 34% para os importados norte-americanos.
“O mercado está precificando uma maior probabilidade de recessão global após o anúncio das tarifas (e por isso o mercado está operando em modo de aversão ao risco). […] A postura da China aumentou a incerteza no curto prazo, dado que uma retaliação significa que essas tarifas têm menor chance de serem negociadas e baixadas e isso aumenta mais o risco de uma queda brusca na atividade global”, pontua Chumah.
“Esse ambiente está se refletindo nos ativos de risco (bolsas globais caem) [e] ativos cíclicos (commodities caem de forma geral, o oil brent desde a máxima do dia 02/04 cai 14%, o que mostra o pessimismo com a demanda global)”, conclui.
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