Após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em pausar pesadas tarifas sobre dezenas de países por 90 dias para negociações entre as nações, as bolsas pelo mundo se recuperam.
Desde o dia 2 de abril, chamado de “Dia da Libertação” por Trump, os mercados têm sido fortemente impactados, com quedas generalizadas e perdas bilionárias para empresas do mundo todo.
Um dos reflexos do alívio momentâneo na guerra comercial após o anúncio de Trump foi a decisão da União Europeia (UE) de suspender – também por 90 dias – as medidas retaliatórias contra os EUA aprovadas na quarta-feira (9).
A medida divulgada pela chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen causou euforia nos mercados europeus.
No entanto, a pausa anunciada por Trump deixou de fora a China, principal rival dos EUA nas disputas comerciais. Além de deixar o país de fora do período de trégua, o presidente americano elevou para 125% as tarifas cobradas contra o gigante asiático. Ainda assim, os mercados do pacífico subiram nesta quinta-feira.
Nos Estados Unidos, os futuros de Wall Street caem após forte recuperação na véspera, na esteira da decisão de Trump. O Nasdaq, por exemplo, registrou seu maior salto diário desde 2001.
Na Europa
O índice pan-europeu STOXX 600 saltava 5,6% depois de perder 12,5% desde que as tarifas entraram em vigor em 2 de abril até o último fechamento.
A suspensão das tarifas sobre dezenas de países ocorreu menos de 24 horas após sua entrada em vigor. Ainda assim, a Casa Branca manteve uma tarifa geral de 10% sobre quase todas as importações dos EUA.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, comemorou a medida de Trump um dia depois que a União Europeia disse que imporia tarifas de 25% sobre uma série de importações dos EUA na primeira rodada de contramedidas, após a entrada em vigor das taxas específicas de cada país.
Nesta quinta, Von der Leyen disse em um comunicado no X que a União Europeia suspenderá por 90 dias suas primeiras contramedidas.
Na Ásia
Os mercados acionários da China e de Hong Kong fecharam em alta nesta quinta-feira, com os investidores minimizando o mais recente aumento das tarifas dos Estados Unidos sobre as importações chinesas.
No fechamento, o índice de Xangai teve alta de 1,16%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 1,31%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 2,06%.
A alta nas ações de Hong Kong seguiu-se aos ganhos de 6% nas empresas chinesas de internet listadas no mercado dos EUA depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, reduziu temporariamente as tarifas acabara de impor a dezenas de outros países.
Ao mesmo tempo, Trump aumentou as tarifas sobre a China para 125% em relação ao nível de 104% que entrou em vigor na quarta-feira.
“Embora seja óbvio que as tarifas tenham como alvo a China, ainda há espaço para manobras e negociações se conseguirem suspender as taxas sobre outros países”, disse Jason Chan, estrategista sênior de investimentos do Bank of East Asia.
Futuros americanos
Os futuros dos índices acionários dos Estados Unidos caíam nesta quinta-feira, um dia depois de uma forte recuperação.
A reviravolta ocorreu menos de 24 horas após a entrada em vigor de novas tarifas sobre a maioria dos parceiros comerciais, levando o S&P 500 ao seu maior ganho percentual em um único dia desde 2008. O Nasdaq registrou seu maior salto diário desde 2001.
Trump também anunciou uma pausa de 90 dias em muitas de suas novas tarifas recíprocas, mas aumentou as taxas sobre as importações chinesas de 104% para 125% na quarta-feira. Pequim havia imposto tarifas de 84% sobre as importações dos EUA para igualar a cobrança anterior de Trump.
“A guerra comercial está agora se transformando em um confronto direto entre os EUA e a China… podemos ver novamente uma escalada e uma redução da escalada ao mesmo tempo, puxando os mercados em direções diferentes”, disseram analistas do Rabobank.
O futuro do S&P 500 caía 1,79%, enquanto o contrato futuro do Nasdaq 100 tinha queda de 2,12%, e o futuro do Dow Jones recuava 1,32%.
Agenda do dia
As atenções ao longo do dia também se voltarão para a divulgação de dados econômicos dos EUA, com destaque para os dados de inflação ao consumidor para março e de pedidos iniciais de auxílio-desemprego, ambos a serem publicados às 9h30.
Na cena doméstica, o dia conta com a divulgação de dados do setor de serviços para fevereiro pelo IBGE, às 9h.
Agentes financeiros também estarão de olho em teleconferência de resultados do banco BRB, às 10h.
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