Os preços do petróleo caíram para mínimas de vários meses nesta terça-feira (4), após relatos de que a Opep+ planeja continuar com os aumentos de produção em abril.
Em paralelo, o preço é da commodity sofre pressão adicional das tarifas impostas pelos EUA sobre Canadá, México e China, além das tarifas retaliatórias de Pequim.
Os futuros do Brent caíam com queda de US$ 0,75, ou 0,8%, a US$ 71,04 por barril. A mínima da sessão foi de US$ 69,75 o barril, o valor mais baixo desde setembro.
O petróleo bruto dos EUA (WTI) recuou US$ 0,11, ou 0,2%, a US$ 68,26/barril. O índice de referência chegou a cair mais cedo para US$ 66,77 por barril, no menor patamar desde novembro.
A Opep+, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, decidiram na segunda-feira (3) prosseguir com um aumento planejado de produção de petróleo de abril de 138 mil barris por dia, o primeiro desde 2022.
A mudança pegou o mercado de surpresa, disse Bjarne Schieldrop, analista chefe de commodities da SEB.
“A mudança na estratégia da Opep sugere que eles estão priorizando a política em vez dos preços. Essa política provavelmente está conectada com as negociações de Donald Trump”, disse Schieldrop, referindo-se aos apelos do presidente dos EUA por preços mais baixos do petróleo.
As tarifas dos EUA de 25% sobre as importações do Canadá e México entraram em vigor nesta terça-feira (4), enquanto as tarifas sobre as importações de bens chineses foram aumentadas de 10% para 20%.
Analistas esperam que as tarifas restrinjam a atividade econômica e a demanda por energia, impactando os preços do petróleo.
Quando as tarifas dos EUA entraram em vigor na terça-feira, a China retaliou rapidamente, anunciando aumentos de 10% a 15% nas taxas de importação que abrangem uma série de produtos agrícolas e alimentícios norte-americanos, além de colocar 25 empresas dos EUA sob restrições de exportação e investimento.
Os preços se estabilizaram mais tarde na sessão, à medida que algumas das preocupações iniciais sobre as tarifas diminuíram.
Além disso, algumas tensões geopolíticas se moderaram depois que o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse nesta terça-feira que lamentava o confronto da semana passada com Donald Trump na Salão Oval, acrescentando que Kiev estava pronta para sentar-se à mesa de negociações o mais rápido possível.
A declaração veio depois que Trump decidiu pausar toda a ajuda militar dos EUA à Ucrânia.
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