Cerveja, frutas e TVs: o que deve ficar mais caro nos EUA após tarifas

Cerveja, frutas e TVs: o que deve ficar mais caro nos EUA após tarifas

As tarifas impostas por Donald Trump ao Canadá, México e China estão prestes a impactar significativamente o bolso do consumidor americano.

A partir desta terça-feira (4), produtos provenientes do Canadá e do México serão taxados em 25%, enquanto as tarifas sobre itens chineses dobrarão para 20%.

• Reprodução

Estes três países representam 40% das importações dos Estados Unidos, sendo fornecedores cruciais em diferentes setores.

O Canadá é o principal fornecedor de grãos, carne e aves.

O México lidera no fornecimento de frutas e vegetais frescos.

Já a China é a maior fornecedora de eletrônicos e eletrodomésticos, dominando, por exemplo, o mercado de computadores.

Os números de importação do México em 2018 ilustram a magnitude do impacto esperado:

  • US$ 8,3 bilhões em vegetais frescos (incluindo cebola, alface, repolho)
  • US$ 6 bilhões em cerveja (como a Corona)
  • US$ 5 bilhões em bebidas destiladas (incluindo tequila e gin)
  • US$ 9 bilhões em frutas, sendo US$ 3,1 bilhões apenas em abacate

Com a nova tarifa de 25%, todos esses produtos devem sofrer aumentos significativos de preço.

O aumento de preços não se limitará a alimentos e bebidas.

Televisores, computadores, automóveis e eletrodomésticos também devem ficar mais caros, marcando efetivamente o início de uma guerra comercial global, com os Estados Unidos contra praticamente todos os seus principais parceiros comerciais.

O setor varejista já se pronunciou sobre os impactos esperados.

Brian Cornell, CEO da Target, uma das maiores redes de varejo dos EUA, afirmou que “o consumidor provavelmente verá aumentos de preço nos próximos dias”.

Cory Berry, CEO da Best Buy, importante rede de eletrônicos, expressou preocupação.

“Nunca vimos esse tipo de amplitude de tarifas. Isso, é claro, impacta toda a indústria”, disse.

Respostas e retaliações

Os países impactados já se manifestaram sobre a decisão dos EUA.

A China anunciou tarifas retaliatórias sobre alguns produtos americanos na madrugada desta terça-feira, minutos após as medidas tarifárias de Trump entrarem em vigor.

“Tarifas de 15% serão impostas sobre frango, trigo, milho e algodão”, comunicou a Comissão Tarifária do Conselho de Estado da China.

O órgão informou ainda a imposição de uma tarifa de 10% sobre “sorgo, soja, carne de porco, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios”.

Além disso, o país asiático colocou vinte e cinco empresas dos EUA sob restrições de exportação e investimento.

O Canadá também adotou medidas tarifárias regulatórias em resposta à taxação dos EUA sobre as exportações do país. O primeiro-ministro Justin Trudeau disse em uma declaração na noite de segunda-feira (3) que as medidas entrariam em vigor às 00h01 (horário local) desta terça.

A resposta deve vir em tarifas de 25% sobre U$ 20,8 bilhões em produtos importados dos EUA. Os impostos permanecerão em vigor até que os EUA eliminem suas taxas contra o Canadá. As contramedidas não se aplicam a mercadorias já em trânsito.

O montante de U$ 20,8 bilhões é apenas parte de uma medida retaliatória mais ampla que visa U$ 105 bilhões em importações de mercadorias dos EUA, com os U$ 86 bilhões restantes entrando em vigor após um período de 21 dias.

A presidente do MéxicoClaudia Sheinbaum, disse nesta terça-feira (4) que o país vai anunciar no domingo (9) medidas tarifárias e não tarifárias contra os Estados Unidos, em resposta à taxação americana de 25% sobre os produtos americanos.

Sheinbaum declarou que “ninguém ganha com essa decisão” e que não quer iniciar um confronto comercial, mas ressaltou que “não há justificativas” para as novas tarifas dos EUA.

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