A Decathlon de Florianópolis (SC) está vivenciando um fenômeno atípico nesta temporada de verão: 90% de seus clientes são turistas argentinos. A informação foi revelada por Morgana Peres, diretora da loja, em entrevista ao CNN Money.
Segundo Peres, o fluxo de clientes argentinos tem sido impressionante, superando todas as expectativas.
“No mês de janeiro, recebemos em média, diariamente, de 4 a 5 mil clientes na nossa loja”, afirmou a diretora, destacando o volume expressivo de vendas.
Produtos mais procurados e economia significativa
Os turistas argentinos têm demonstrado particular interesse em produtos técnicos, especialmente aqueles voltados para trilhas, camping e esportes aquáticos. Vestuário para fitness e calçados também estão entre os itens mais procurados.
Um fator determinante para essa corrida às compras é a diferença de preços. De acordo com Peres, os clientes argentinos relatam que os produtos na Decathlon brasileira são, em média, 50% mais baratos do que em seu país de origem.
A edição de janeiro do Índice Big Mac, elaborado pela revista The Economist, indica que o peso argentino está sobrevalorizado em 20,1%.
A distorção acontece graças à taxa de câmbio que tem subido menos do que a inflação argentina.
Do outro lado do ranking, o real brasileiro aparece como uma das moedas desvalorizadas. Por aqui, o Big Mac custa R$ 23,90, o equivalente a US$ 4. O valor é 30,5% mais baixo que o praticado nos EUA. Ou seja, é 30% mais barato comer em São Paulo que em Miami.
A diferença das duas moedas — com o peso supervalorizado e o real subvalorizado — explica o choque que muitos argentinos têm ao chegar ao Brasil.
Não só a Decathlon, mas supermercados e lojas têm servido de cenário para vídeos de turistas chocados mostrando como as coisas no Brasil são baratas – pelo menos para eles.
Formas de pagamento e experiência de compra
Quanto às formas de pagamento, a diretora informou que os clientes argentinos têm preferido o Pix e o pagamento em dinheiro, embora a loja aceite todas as bandeiras de cartão de crédito.
Peres também destacou o ambiente descontraído na loja, mesmo com o alto fluxo de clientes.
“Eles são muito gentis, muito divertidos, mesmo com as lojas cheias, ficam tranquilos ali aguardando”, comentou, ressaltando que as famílias argentinas costumam passar horas na loja, aproveitando a experiência de testar os produtos.
Este cenário não apenas beneficia a Decathlon, mas também ilustra o impacto significativo do turismo argentino na economia local de Florianópolis.
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