O dólar à vista fechou as negociações desta terça-feira (18) em queda, em meio à busca por segurança devido a preocupações com tarifas e negociações de paz sobre o conflito Rússia-Ucrânia marcadas por tensão e falhas de comunicação.
Os operadores estavam de olho nas negociações em Riad envolvendo autoridades dos EUA e da Rússia, com o objetivo de pôr fim à guerra na Ucrânia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, afirmou que nenhum acordo de paz pode ser feito pelas costas de seu país. Ele adiou sua visita à Arábia Saudita, planejada para quarta-feira (19), para 10 de março.
A divisa norte americana encerrou em baixa de 0,42%, cotado a R$ 5,6887 na venda, no menor patamar desde 7 de novembro.
Já o Ibovespa voltava a ceder, após registrar alta no começo da tarde. No fim da sessão, o principal índice da bolsa brasileira fechou próximo da estabilidade, com queda de 0,02%, a 128.531,71
pontos.Na ponta positiva do pregão, destacam-se as ações da BB Seguridade, cujo lucro líquido de R$ 2,173 bi do 4º trimestre agradou os investidores.
“O mercado reagiu bem aos resultados da BB Seguridade, impulsionado pelo forte desempenho operacional e pelo anúncio de um dividendo de aproximadamente R$ 2,30 por ação — um yield de 6%, considerando apenas a distribuição referente ao segundo semestre de 2024. Assim, a distribuição total de proventos em relação ao preço da ação deve superar os dois dígitos em 2025”, diz Evandro Medeiros, analista da Suno.
“Atualmente, a BB Seguridade é negociada a um patamar que reflete um cenário extremo de não-renovação do contrato com o Banco do Brasil, que vence em 2033, sem considerar as receitas residuais (‘run-off’). Ainda assim, o custo de oportunidade é significativo, com outras empresas de altíssima qualidade também sendo negociadas a múltiplos baixos.”
Leilão do BC
O Banco Central vendeu nesta terça-feira (18) um total de US$ 3 bilhões em leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) realizado durante a manhã, informou a autarquia em comunicado, no que foi a terceira intervenção cambial da gestão do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo.
Na operação, que ocorreu de 10h30 às 10h35 e tem como data de recompra o dia 2 de outubro de 2025, o BC aceitou cinco propostas, a uma taxa de corte de 5,411%.
A venda foi realizada com base na taxa de câmbio da Ptax das 10h, que marcava R$ 5,7046.
Cenário Externo
No resto do dia, as atenções devem se voltar para o cenário externo, uma vez que os mercados dos EUA reabrem após feriado na véspera e os investidores ponderam sobre as incertezas geopolíticas e comerciais.
Autoridades norte-americanas e russas se reuniam nesta terça-feira na capital saudita, Riad, para suas primeiras conversas sobre o fim da guerra na Ucrânia, enquanto Kiev e seus aliados europeus observavam ansiosamente do lado de fora.
As conversas ressaltam o ritmo acelerado dos esforços dos EUA para interromper o conflito, menos de um mês após a posse de Trump e seis dias após ele ter conversado por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin.
Desde a invasão russa em fevereiro de 2022, o conflito tem provocado volatilidade nos mercados globais em diversos momentos, principalmente devido à sua influência nos preços de commodities, como grãos e petróleo.
Um fim negociado para o conflito seria bem recebido pelos investidores, que teriam um fator de volatilidade a menos a ser ponderado em suas decisões.
Também continuam no radar notícias sobre os planos tarifários de Trump, que orientou sua equipe econômica na semana passada a estudar as taxas e outras barreiras comerciais impostas aos produtos norte-americanos, o que pode levar à implementação de tarifas recíprocas.
Os mercados têm interpretado as ameaças de Trump como uma tática de negociação, mas ainda temem a possibilidade de uma guerra comercial ampla ou os efeitos de tarifas de importação sobre os preços de diversas mercadorias.
“Continuamos a acreditar que Trump buscará tarifas no nível do produto e contra países com os quais os EUA têm déficits comerciais significativos, concentrando-se nos setores automotivo, de energia, farmacêutico e de chips”, disseram analistas do BTG Pactual em relatório.
“O principal risco é que Trump possa aumentar e impor tarifas a nível do país”, completaram.
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*Com informações da Reuters
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