Dólar sobe a R$ 5,75 com cenário interno em foco; bolsa cai mais de 1%

Dólar sobe a R$ 5,75 com cenário interno em foco; bolsa cai mais de 1%

O dólar à vista fechou as negociações desta segunda-feira (24) em alta ante o real, após rondar a estabilidade, à medida que investidores se voltam para uma semana repleta de dados econômicos, enquanto aguardam novas notícias sobre os planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No fim da sessão, a moeda norte-americana registrou ganhos de 0,42%, cotado a R$ 5,7546 na venda. Na sexta-feira (21), o dólar à vista fechou em alta de 0,45%, a R$ 5,7304. Na semana, a moeda acumulou ganho de 0,58%, interrompendo sete semanas consecutivas de perdas semanais.

Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, fechou em queda de 1,36%, a 125.401,38 pontos. O recuo no principal índice da bolsa brasileira se deve, sobretudo, à expectativa de inflação mais alta e, consequentemente, de juros elevados por mais tempo.

Além disso, o mercado está de olho em falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enquanto digere balanços corporativos.

A semana será repleta de possíveis impulsionadores para as negociações, com dados econômicos no Brasil e nos EUA e a perspectiva de novas notícias sobre as tarifas de Trump e as discussões pelo fim da guerra na Ucrânia, que completa três anos nesta segunda-feira.

Cenário nacional

Na agenda brasileira, o destaque será a divulgação do IPCA-15 de fevereiro, na terça-feira (25), à medida que os investidores buscam indícios sobre a trajetória da inflação do país neste ano.

Mais cedo, analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver uma inflação mais alta ao fim deste ano e do próximo, de acordo com a pesquisa Focus.

O levantamento mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,65% ao fim deste ano, de 5,60% na pesquisa anterior, no que foi a 19ª semana consecutiva de aumento na previsão. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira é de 4,40%, de 4,35% anteriormente.

O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Contexto internacional

Nos EUA, agentes financeiros se posicionam para o relatório do índice PCE de janeiro — o indicador preferido de inflação do Federal Reserve –, a ser divulgado na sexta-feira.

Dados mais fortes do que o esperado para a inflação ao consumidor dos EUA em janeiro fizeram operadores reduzirem suas apostas de cortes na taxa de juros pelo Fed, o que se reverteu nas sessões recentes após uma série de números fracos para a maior economia do mundo.

Operadores precificam um corte de juros pelo Fed até julho e uma chance elevada de outra redução ainda neste ano.

“O dólar está patinando no nível de 5,70… IPCA pode dar um direcionamento junto com os dados de preços dos EUA”, disse Willian Andrade, CIO da gestora Kaya Asset Management.

Em relação ao noticiário internacional, o foco continua em torno das ameaças tarifárias do presidente dos EUA, que já realizou uma série de anúncios sobre o tema, mas tem apenas uma medida — tarifa de 10% sobre produtos chineses — que já entrou em vigor.

Os mercados ainda demonstram otimismo por um acordo que encerre o conflito na Ucrânia, que tem sido uma fonte crescente de volatilidade para as negociações nos três anos desde a invasão russa.

No mais recente acontecimento da guerra, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse no domingo que está disposto a abrir mão de seu cargo se isso significar a paz em seu país.

60% dos brasileiros de baixa renda não têm cartão de crédito

*Com informações da Reuters



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