As economias emergentes estão expostas às instabilidades provocadas pela política comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo relatório publicado pela Moody’s nesta segunda-feira (31).
A agência de classificação de risco pondera que o fragiliza a posição destes mercados o potencial das tarifas de remodelar os fluxos globais de capital, cadeias de abastecimento, comércio e a geopolítica.
“Os [mercados emergentes] MEs grandes têm recursos para lidar com a turbulência, mas seus pares menores e com economias abertas são mais vulneráveis porque dependem mais do comércio e do investimento estrangeiro para crescer”, afirma o relatório.
A avaliação da Moody’s vem às vésperas de um anúncio de Trump que é aguardado pelo mundo. Na quarta-feira (2), data à qual o republicano tem se referido como “Dia da Libertação”, o presidente dos EUA deve lançar uma série de tarifas recíprocas a seus parceiros comerciais.
Na última quarta-feira (26), Trump disse a jornalistas no Salão Oval que pode ser “gentil” e “mais brando do que recíproco”, porque se for muito recíproco, “será muito duro para as pessoas”.
Ainda assim, a Moody’s aponta que o impacto pode ser amplo para os mercados emergentes e que as disparidades entre os maiores e os menores deve ser acentuada ao passo que as políticas comerciais dos EUA continuarem voláteis.
O relatório explica que muitos emergentes estruturaram suas economias em torno da relação com os EUA e a assimetria entre as tarifas baixas aplicadas pelos norte-americanos.
“A imprevisibilidade das políticas comerciais dos EUA é um risco de crédito importante. Uma retração no investimento doméstico e estrangeiro devido a essa imprevisibilidade atingiria primeiro os setores exportadores”, diz o relatório.
“As economias que impõem tarifas elevadas sobre as importações dos EUA, embora dependam muito das exportações daquele país, estão particularmente expostas”,
Apesar de permanecer sólido, segundo a casa, o crescimento das economias emergentes diminuirá em conjunto entre 2025 e 2026. Os impactos por região são avaliados da seguinte maneira:
- Ásia-Pacífico: continuará apresentando uma expansão mais forte. Porém, a integração da região com o comércio mundial significa exposição às tarifas de Trump e ao seu potencial de desacelerar as economias;
- Europa Central e Leste europeu: tarifas também são um risco para a região;
- América Latina: economias geralmente menos abertas do que as de outras regiões. Porém, dependência do México com o comércio dos EUA é ponto fraco do país;
- Oriente Médio: petróleo continuará a impulsionar o crescimento.
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