Felipe Salto, economista-chefe e sócio da Warren, analisou a recente proposta do governo para a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Segundo Salto, a medida é positiva em tese, pois torna o sistema tributário mais progressivo, beneficiando as camadas mais baixas e aumentando a tributação sobre os mais ricos.
No entanto, o economista ressaltou, em entrevista ao CNN Money desta terça-feira (18), que “o diabo sempre mora nos detalhes”, com incertezas sobre os valores anunciados e dúvidas se a tributação sobre os mais ricos será suficiente para compensar o custo da isenção.
Salto explica que o novo sistema proposto é complexo. Para os contribuintes com renda mais alta, será necessário calcular uma alíquota efetiva considerando todos os rendimentos e tributos pagos.
Se essa alíquota for inferior a 10%, o contribuinte terá que pagar um adicional.
O economista ressalta que, embora complexo, o sistema é operacionalmente viável. Contudo, o principal obstáculo para sua implementação é político, dependendo da aprovação do Congresso e da pressão dos grupos que serão mais tributados.
Quanto ao impacto econômico da medida, Salto aponta que a isenção para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil pode injetar cerca de R$ 27 bilhões na economia. Isso poderia aumentar a demanda e, potencialmente, pressionar a inflação.
No entanto, o economista não se mostra alarmista, citando fatores como a desaceleração da inflação de alimentos e a queda do dólar como elementos que podem ajudar a conter pressões inflacionárias.
Salto conclui que, embora a medida seja fiscalmente neutra, é importante acompanhar seus efeitos na dinâmica da inflação, considerando também outros fatores que influenciam a economia brasileira.
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