“Incerteza não é uma coisa boa“, diz CEO do JPMorgan sobre tarifas dos EUA

“Incerteza não é uma coisa boa“, diz CEO do JPMorgan sobre tarifas dos EUA

Dois meses atrás, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, defendeu a política tarifária do presidente Donald Trump com uma mensagem curta: “Supere isso”.

Mas com os mercados de ações em baixa e rachaduras aparecendo na economia dos EUA, o próprio Dimon pode não ter superado.

“Não acho que o consumidor americano médio que acorda de manhã e vai trabalhar muda o que vai fazer porque leu sobre tarifas”, disse Dimon em uma entrevista à Semafor na quarta-feira (12).

“Mas acho que as empresas podem”, acrescentou. “A incerteza não é uma coisa boa”.

O tom moderado de Dimon sobre tarifas vem depois que o CEO do maior banco dos Estados Unidos disse para “superar isso”, ao discutir tarifas no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça.

Ele disse que elas poderiam ser “uma ferramenta econômica” ou “uma arma econômica”, dependendo de como são usadas.

“Eu colocaria em perspectiva: se for um pouco inflacionário, mas for bom para a segurança nacional, que assim seja”, disse Dimon em uma entrevista à CNBC na época.

Desde então, a política de tarifas intermitentes de Trump causou volatilidade no mercado de ações. Embora os mercados mais amplos tenham se recuperado na quarta-feira, o S&P 500 ainda caiu mais de 7% em um mês.

Na quarta-feira, Trump impôs tarifas abrangentes de 25% sobre todo o aço e alumínio importados para os Estados Unidos — a última rodada de tarifas em uma guerra comercial global — com o Canadá e a União Europeia retaliando rapidamente.

Ele disse que seu objetivo é revitalizar a manufatura americana, desacelerar a imigração ilegal e acabar com o contrabando de fentanil, mas economistas alertaram que tarifas amplas ameaçam aumentar os preços de tudo, de alimentos a novas casas.

Dimon não foi o único CEO a se manifestar na quarta-feira sobre os riscos de uma guerra comercial.

Larry Fink, CEO da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, disse acreditar que a economia estava enfraquecendo devido às tarifas.

“O impacto coletivo no curto prazo é que as pessoas estão parando, estão recuando”, Fink disse a Kayla Tausche, da CNN, em uma entrevista exclusiva.

“Conversando com CEOs em toda a economia, ouvi dizer que a economia está enfraquecendo enquanto falamos.”

Ainda assim, Fink disse que as políticas do governo Trump, incluindo tarifas, podem ser benéficas para os Estados Unidos no longo prazo.

“Agora mesmo o presidente está se concentrando em tarifas, mas quando ele fala sobre tarifas recíprocas, na verdade, isso pode reduzir as tarifas no longo prazo”, disse Fink, acrescentando que ele continua otimista com os EUA no longo prazo.



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