Os investimentos diretos no Brasil registraram ingresso líquido de US$ 9,3 bilhões em fevereiro, ante os US$ 5,3 bilhões registrados no mesmo mês de 2024, segundo o boletim Estatísticas do Setor Externo, divulgado pelo Banco Central nesta quarta-feira (26).
O resultado do mês em 2025 foi um dos mais altos da série histórica, iniciada pelo BC em 1995, ficando atrás apenas de 2011 (US$ 10,32 bilhões), 2021 (US$ 8,73 bilhões) e 2022 (US$ 9,43 bilhões).
Segundo o boletim, o avanço foi impulsionado tanto pela participação no capital de empresas (US$ 5,6 bilhões) quanto pelas operações intercompanhia (US$ 3,7 bilhões). No acumulado de 12 meses, o investimento direto chegou a US$ 72,5 bilhões, equivalente a 3,38% do Produto Interno Bruto (PIB).
Os investimentos em carteira também tiveram resultado positivo em fevereiro, com entrada de US$ 3,1 bilhões, revertendo as saídas líquidas de US$ 4,8 bilhões em janeiro.
O mercado acionário e os fundos de investimento domésticos captaram US$ 1 bilhão, enquanto os títulos de dívida no mercado interno receberam US$ 48 milhões. No mercado externo, a emissão de títulos soberanos contribuiu com US$ 2,5 bilhões.
Apesar do fluxo positivo de investimentos, a balança comercial teve déficit de US$ 979 milhões, impactada por importações mais altas, incluindo a compra de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 2,7 bilhões.
Este resultado contribuiu para o aumento do déficit em transações correntes, que atingiu US$ 8,8 bilhões no mês e US$ 70,2 bilhões no acumulado de 12 meses (3,28% do PIB).
Esse déficit ocorre quando o país gasta mais no exterior do que recebe, seja por importações maiores, pagamentos de serviços ou remessas de lucros para investidores estrangeiros. O saldo negativo precisa ser compensado por investimentos estrangeiros ou empréstimos, o que mantém a economia equilibrada.
O crescimento dos investimentos estrangeiros reforça a resiliência do país no cenário global, enquanto os desafios no comércio exterior e no déficit em transações correntes seguem no radar das autoridades econômicas.
Ampliação do IR
O governo acredita que a compensação para a proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil não vai afetar os investimentos estrangeiros no país.
O texto enviado pelo Ministério da Fazenda ao Congresso Nacional traz a retenção de 10% dos dividendos remetidos ao exterior, além de criar um tributo progressivo para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês
O secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, afirmou nesta terça-feira (25) que está “tranquilo” com as movimentações, pois a bolsa de valores brasileira recebeu a proposta positivamente.
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