O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou em abril, mas economistas consultados pela CNN não acreditam que o resultado será decisivo para o Banco Central alterar o caminho da política monetária contracionista para uma redução dos juros.
“O Banco Central provavelmente vai ser motivado a manter a taxa de juros. Não vejo uma sinalização clara do mercado e do IPCA para fazer o BC subir os juros, porque vemos uma tendência de queda da inflação, mas essa queda ainda não é significativa o suficiente para o BC se sentir confortável em baixar os juros”, disse Tsai Chi-yu, CEO da Stay.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) será em 18 de junho. Segundo os contratos de opção negociados na B3, 56% do mercado aposta na manutenção da Selic em 14,75% ao ano, enquanto 36,5% preveem alta de 0,25 ponto percentual e 5% avanço de 0,5 p.p.
Para Braian Largura, sócio do escritório VNT Investimentos, caso a inflação se mantenha persistente, pode haver um alerta no mercado sobre o futuro dos juros.
“A curva de juros futuros, que vinha caindo, pode passar por uma reprecificação se a pressão inflacionária se mantiver e o Banco Central ter de elevar ainda mais os patamares atuais de juros”, declarou.
O IPCA de abril teve alta de 0,43%, após subir 0,56% no mês anterior. A taxa acumulada em 12 meses chegou a 5,53% em abril, de 5,48% em março — distanciando-se ainda mais da meta de inflação perseguida pelo BC de 3%.
“Eu acho que no início do segundo semestre, quem sabe em junho, a gente já consiga um cenário um pouco mais favorável à desaceleração da inflação, da taxa em 12 meses, mas até lá os desafios vão persistir e a gente ainda vai ter que monitorar de perto esse espalhamento da inflação”, afirma André Braz, economista do FGV IBRE.
Entre os fatores que devem contribuir para o alívio inflacionário, estão a valorização do real frente ao dólar e a recente queda no preço de commodities no mercado internacional.
“Veremos algumas características aqui de curto prazo, principalmente a valorização do real contra o dólar e a queda no preço das commodities como um fator de redução das expectativas de inflação para 2025”, avalia José Cassiolato, sócio da RGW Investimentos.
Já na visão de Leonardo Costa, economista do ASA, o ritmo da atividade econômica deve contribuir para trazer a curva de inflação mais próxima à meta nos próximos meses.
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