Metodologia do IBGE é consagrada, diz Haddad sobre cálculo da inflação

Metodologia do IBGE é consagrada, diz Haddad sobre cálculo da inflação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quinta-feira (27) a metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), destacando que a forma como o órgão calcula a inflação é amplamente reconhecida e consagrada.

Haddad foi questionado sobre as declarações do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin, que, em evento recente, sugeriu a possibilidade de desconsiderar os preços de alimentos e energia do cálculo da inflação, apontando que esses itens são voláteis e não refletem diretamente as políticas monetárias.

“Quem calcula a inflação é o IBGE, que é uma metodologia consagrada, e o Banco Central avalia os núcleos de inflação, muitas vezes eles desconsideram certa volatilidade de determinados preços”, disse Haddad.

Ele seguiu dizendo que o Banco Central avalia os núcleos de inflação, que já excluem os efeitos sazonais e choques externos, como as variações climáticas, para focar nos dados que realmente impactam as decisões sobre juros.

“O Banco Central tem uma metodologia de observância dos núcleos de inflação que efetivamente vão ao encontro daquilo que o vice-presidente imagina o mais correto. A avaliação de núcleos, sim”, disse.

O ministro lembrou que o trabalho do Banco Central é focado precisamente nesse tipo de análise, considerando a volatilidade de certos preços, como os de passagens aéreas, que têm grande flutuação.

Alckmin defendeu que o Banco Central deve estudar a retirada de alimentos e energia do cálculo da inflação, como forma de permitir uma política monetária mais eficaz, sem prejudicar ainda mais a economia com juros elevados.

O vice fez um paralelo com as práticas do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, que adota uma meta de inflação de 2% com base no índice de preços ao consumidor (PCE), excluindo os itens mais voláteis.

Já o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, descartou a proposta e disse que ela “não dialoga” com as análises da autoridade monetária. Ele afirmou que a análise dos núcleos de inflação, que já exclui choques e sazonalidades, reflete mais fielmente a realidade da inflação no Brasil.

“Acho que ele [Alckmin] não está falando tanto do momento, porque se a gente olhar para o momento agora e pegar o núcleo, está acima da meta e em uma diferença relativamente baixa comparativamente à inflação cheia. Acho que ele está olhando para cenários internacionais e práticas internacionais”, afirmou ao comentar o Relatório de Política Monetária nesta quinta.

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