Morgan Stanley impulsiona Ibovespa, mas não gera euforia, diz analista

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, atingiu um novo recorde histórico ao superar os 140 mil pontos. O impulso veio após a divulgação de um relatório do banco Morgan Stanley, que recomendou a compra de ações brasileiras.

Segundo o documento, as carteiras no Brasil apresentam uma perspectiva mais construtiva em relação aos preços. O banco destaca que o país está barato e possui um posicionamento extremo em relação ao rendimento fixo para financiar o orçamento, que tem um déficit de 10%.

O relatório do Morgan Stanley aponta setores e empresas específicas como oportunidades de investimento.

Entre elas, destacam-se Petrobras, PetroRio, CCR (agora com o ticker MOTV3), Nubank e Eletrobras. O banco prevê que o Ibovespa possa atingir 189 mil pontos em meados de 2026, representando um potencial de valorização de 35%.

Cautela diante do otimismo

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, comentou o impacto do relatório no mercado.

Segundo ele, embora tenha contribuído para o movimento positivo das ações, não gerou uma euforia generalizada. Lima ressalta que o mercado está em uma região de máxima histórica, o que naturalmente leva os investidores a digerirem com cautela as novas informações.

O analista também destacou a presença do investidor estrangeiro no mercado brasileiro. Segundo Lima, o cenário atual, com múltiplos descontados e uma relativa estabilidade no panorama local, tem atraído recursos internacionais em busca de ativos de maior risco e potencial de retorno.

Apesar do otimismo do Morgan Stanley, Lima considera a projeção de 189 mil pontos para o Ibovespa bastante ambiciosa.

Ele argumenta que, para atingir esse patamar, seria necessária uma reação significativa não apenas do mercado local, mas também do cenário internacional, especialmente em relação às commodities como minério de ferro e petróleo.

O especialista conclui que, embora o cenário seja positivo, o mercado brasileiro ainda enfrenta desafios internos e está sujeito às dinâmicas globais, o que torna a previsão do Morgan Stanley possível, mas não tão provável no curto prazo.