Otimista, BC prevê inflação de 2026 quase 1 ponto menor que economistas

Otimista, BC prevê inflação de 2026 quase 1 ponto menor que economistas

Chamou atenção a projeção de inflação em 2026 feita pelo Banco Central (BC). O Comitê de Política Monetária (Copom) espera IPCA de 3,6% no próximo ano.

A projeção é muito inferior à expectativa dos economistas do mercado financeiro, que preveem 4,51%. A diferença dos números gera dúvidas entre economistas.

Tony Volpon, ex-diretor do BC, recebeu com certa estranheza o dado. “Normalmente, a mudança (nas projeções de inflação) de reunião para reunião é discreta, perto de 0,1 ponto. Não sei dizer as razões dessa mudança”, disse Volpon, que é colunista do CNN Money.

Na reunião de março, o BC ainda não tinha projeção para a inflação completa do ano de 2026. Naquela reunião, havia apenas a expectativa para o IPCA em 12 meses até o terceiro trimestre de 2025. Tal estimativa estava em 3,9%.

Apesar de os números não serem comparáveis diretamente, mostram uma melhora não desprezível na expectativa do BC para a inflação no próximo ano.

O ex-diretor do BC explica que o modelo do BC que gera as projeções tem muitas variáveis e, por isso, não é possível apontar com clareza para a razão dessa estimativa mais otimista que a do mercado.

Ele cita ainda que o tema – projeção de IPCA no cenário de referência – não é discutido no comunicado, nem na ata do Copom que será divulgada na próxima semana.

Marianna Costa, economista-chefe da Mirae Asset, tem uma hipótese para a diferença dos números. “O BC talvez esteja avaliando que o hiato do produto deverá fechar antes que o previsto pelos economistas”, diz a economista.

“Ou seja, o BC pode entender que a atividade vai desacelerar antes que o esperado pelos economistas”, disse, ao lembrar que os efeitos da política monetária restritiva ainda não são totalmente observados na economia.

A economista-chefe da Mirae avalia que é possível ter esse patamar de inflação no próximo ano, mas ela lembra que a previsão ainda está fora da meta. “É factível (ter IPCA de 3,6% em 2026), mas está fora da meta, que segue em 3%”, diz.

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