Pacote econômico de Haddad: entenda ponto a ponto as novas medidas

Pacote econômico de Haddad: entenda ponto a ponto as novas medidas

O governo federal anunciou na última quinta-feira (22) um congelamento dos gastos públicos e um aumento no Imposto Sobre Operação Financeira (IOF) para assegurar o cumprimento da meta fiscal de 2025, que é de déficit zero.

A equipe econômica informou, no primeiro relatório de avaliação de receitas e despesas de 2025, que o congelamento do orçamento de 2025 é da ordem de R$ 31,3 bilhões. Desse total, serão bloqueados R$ 10,6 bilhões, enquanto o contingenciamento soma R$ 20,7 bilhões.

Bloqueios são suspensões temporárias de despesas, que podem ser revertidas ao longo do exercício, e ocorrem quando as despesas do governo são maiores que o previsto.

Já os contingenciamentos são cortes mais duradouros, quando há frustração de receitas, e são adotados quando há risco concreto de descumprimento da meta fiscal.

De acordo com a equipe econômica, o congelamento foi necessário por conta do aumento das despesas com benefícios previdenciários, que avançaram R$ 16,7 bilhões.

Outro ponto de destaque das medidas anunciadas é o aumento do IOF, tributo federal cobrado sobre operações financeiras, que envolvem empréstimos e câmbio, por exemplo.

Veja como fica o IOF com as mudanças:

Operações de crédito (empréstimos e financiamentos) para empresas em geral

Antes:

  • 0,38% na contratação;
  • 0,0041% ao dia;
  • 1,88% ao ano.

Como fica agora:

  • 0,95% na contratação;
  • 0,0082% ao dia;
  • 3,95% ao ano.

Operações de crédito (empréstimos e financiamentos) para empresas do Simples Nacional

Antes:

  • 0,38% na contratação;
  • 0,00137% ao dia;
  • 0,88% ao ano.

Como fica agora:

  • 0,95% na contratação;
  • 0,00274% ao dia;
  • 1,95% ao ano.

Se uma empresa contratar um empréstimo de R$ 10 mil por um ano, por exemplo, pagará R$ 395 de IOF. Antes, ela pagaria R$ 188.

Já uma empresa do Simples Nacional que financiar R$ 10 mil, passará a pagar R$ 195 de IOF no ano, ante a R$ 88 previsto na legislação anterior.

Câmbio e gastos no exterior

Antes, era cobrado IOF de 3,38% sobre compras com cartão de crédito e pré-pagos internacionais e IOF de 1,1% na compra de moeda estrangeira em espécie.

Com a nova regra, será cobrado IOF de 3,5% sobre cartões de crédito e débito internacionais, cartões de viagem pré-pagos, compra de moeda estrangeira em espécie e empréstimos externos de curto prazo.

Continuam isentos ou com alíquota zero:

  • Importação e exportação;
  • Remessa de dividendos e juros sobre capital próprio para investidores estrangeiros;
  • Cartões de crédito e débito de entidades públicas;
  • Itaipu, missões diplomáticas e servidores diplomáticos;
  • Ingresso e retorno de recursos de investidor estrangeiro;
  • Cartão de crédito de turista estrangeiro;
  • Transporte aéreo internacional;
  • Operação combinada de compra e venda por instituição autorizada;
  • Empréstimos e financiamento externo, exceto curto prazo;
  • Doações internacionais ambientais;
  • Interbancárias;
  • Transferências relativas a aplicações de fundos no exterior.

Recuo do IOF

Após o anúncio das medidas, o governo recuou em parte devido à repercussão negativa no mercado financeiro.

Em publicação na rede social X, o Ministério da Fazenda informou que decidiu manter em zero a alíquota do IOF sobre aplicação de investimentos de fundos nacionais no exterior, que seria alterada para 3,5%.

Além disso, a equipe econômica informou que o dinheiro enviado ao exterior por pessoas físicas destinado a investimentos continuará sujeito à alíquota atualmente vigente de 1,1%, sem alterações.

De acordo com o Ministério da Fazenda, o conjunto de ajustes no IOF podem causar impacto de R$ 61,5 bilhões até 2026.

  • R$ 20,5 bilhões em 2025 e
  • R$ 41 bilhões em 2026.

No entanto, Haddad ressaltou nesta sexta-feira (23) que o recuo de parte dos ajustes no IOF terá um impacto inferior a R$ 2 bilhões nesse cálculo.

Veja como ficam as compras internacionais com as novas regras do IOF



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