O presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, afirmou nesta sexta-feira (28) que a saída dos EUA do Acordo de Paris cria uma divisão entre os países desenvolvidos, ponderou acreditar que estados e empresas americanas continuam alinhados com a agenda climática.
“Temos 20 estados americanos comprometidos em seguir o acordo de Paris. 2/3 do PIB americano estão comprometidos com isso, ou porque já fizeram imensos investimentos ao longo prazo ou por serem empresas multinacionais que ficam no acordo de Paris”, afirmou.
A fala foi dirigida a todos os presentes no evento COP30 Business Forum, promovido pela Amcham Brasil, em São Paulo.
COP30 em Belém
Correa do Lago também falou sobre as expectativas para a primeira Conferência das Partes em uma floresta tropical. O evento será realizado em Belém (PA), em novembro.
“O mundo inteiro vai estar olhando para o Brasil. Durante 12 dias, todas as notícias do mundo estarão voltadas para nós. Se a gente souber aproveitar essa oportunidade, acho que temos muito o que contar sobre o Brasil”, afirmou Correa do Lago.
O presidente ainda disse que o desafio é assegurar que a COP30 mostre ao mundo que vale a pena continuar debatendo sobre questões climáticas.
André Corrêa do Lago prometeu aos presentes que o Brasil trará “algo” que fará todos presentes na COP30 “aplaudir no final e ficar acordado por mais de 36 horas”.
Em relação a um acordo final, o presidente explica que a COP30 será diferente das últimas duas Conferências.
Para Correa do Lago, são esperados dois pontos em Belém: a primeira expectativa é que os países apresentem as NDCs, as contribuições nacionalmente determinadas.
A segunda expectativa é o relatório que propõe como passar o acordo para financiamento climático de US$ 300 bilhões – definido na COP29 – para US$ 1,3 trilhão até 2035 para ajudar os países mais pobres a lidar com os impactos das mudanças climáticas.
“Não é um acordo, é uma proposta apresentada pelo Brasil”, explica o presidente.
Correa do Lago também comentou sobre o mundo ter ultrapassado, em 2024, o limite de 1,5ºC proposto no acordo de Paris.
“A gente não chegou aos números que a gente esperava no acordo de Paris e, em grande parte, porque houve uma aceleração na mudança do clima. Por mais que a ciência estivesse certa, ela estava otimista. Precisamos acelerar as ações”, afirmou o presidente.
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