Tarifa do aço nos EUA deve impactar PIB global e acirrar guerra comercial

Tarifa do aço nos EUA deve impactar PIB global e acirrar guerra comercial

Tarifas dos Estados Unidos de 25% sobre importações de aço e alumínio devem gerar uma diminuição do Produto Interno Bruto (PIB) global e acirrar a guerra comercial com a China, afirmaram especialistas consultados pela CNN nesta segunda-feira (10).

O Brasil, como segundo maior exportador da commodity para os EUA, deve ser um dos principais afetados pela medida, anunciada pelo republicano neste domingo (9).

Em 2024, cerca de R$ 27 bilhões foram importados em produtos brasileiros do conjunto de “Aço e Ferro” e quase R$ 4,5 bilhões em alumínio.

Outros países como Canadá, China, Coreia do Sul e México também devem ser afetados.

Gustavo Cruz, estrategista chefe da RB Investimentos, explica que o anúncio dos EUA deve reduzir o crescimento econômico global por impactar os maiores exportadores de aço e alumínio.

No entanto, o estrategista, pontua que ainda não está claro como funcionará a aplicação das novas tarifas em países que já foram sobretaxados.

“México e China, por exemplo, já tem uma porcentagem a mais em cima de suas exportações para os EUA. Um ponto de questionamento é se a nova tarifa será somatória as anunciadas ou será algo à parte”, explica.

As novas tarifas eram esperadas pelos parceiros comerciais dos EUA desde que Trump tomou posse, em janeiro.

Os primeiros dias do republicano na Casa Branca, porém, foram amenos, refletindo no esvaziamento das tensões e queda do dólar.

A calmaria foi interrompida no início deste mês, com o anúncio de taxas de 25% sobre produtos importados do México e Canadá, além de tarifas de 10% para itens da China.

Parte da decisão foi revertida no dia seguinte. Após conversas com líderes do Canadá e México, as tarifas foram suspensas por 30 dias.

As taxas sobre a China, porém, foram mantidas. Em retaliação, Pequim também anunciou uma série de barreiras para produtos importados dos EUA. As medidas entraram em vigor nesta segunda.

Marcela Franzoni, professora de Relações Internacionais do Ibmec-SP, pontua que as constantes ameças de Trump geram incertezas ao cenário global e prejudicam os mercados.

“É inegável que os EUA precisam de parceiros para manter sua economia interna, mas esse componente retórico é uma carta na manga de Trump e é prejudicial por não permitir uma previsibilidade da economia global, algo significativo para os mercados e comércio.”

A especialista também ressalta que a decisão dos EUA endurece a guerra comercial com os chineses.

“Imediatamente haverá um endurecimento nesse conflito comercial e uma recontextualização do papel da China no mercado de aço”, diz.

Franzoni explica que o país asiático teve papel significativo para a depreciação do preço do material no mercado, o que levou a indústria e empresas internas dos EUA a concorrerem com um adversário mais atrativo pelo menor custo.

“A China tem uma produção significativa que, por exceder a demanda interna, acaba sendo exportada. Volume e disponibilidade tornam difícil competir para o produtor local dos EUA.”

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