A XP Inc. registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,2 bilhão no quarto trimestre de 2024, uma alta de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior, em resultado marcado por expansão de receita e melhora na rentabilidade, conforme dados divulgados pelo grupo financeiro nesta terça-feira (18).
Na base trimestral, houve uma expansão de 2%, com outras linhas do balanço também mostrando um desempenho mais fraco na comparação sequencial ante a anual.
A receita bruta somou R$4,7 bilhões, acréscimo de 10% ano a ano e de 4% frente ao trimestre anterior, com o varejo mostrando avanço de 13% e 2%, respectivamente, para quase R$ 3,6 bilhões.
O segmento institucional apurou queda de 20% na comparação anual e de 2% na trimestral, e o de grandes empresas e mercados de capitais teve alta de 18% e 9%, respectivamente.
No varejo, o resultado foi ajudado principalmente pela receita da renda fixa, que saltou 43% ano a ano, para R$ 985 milhões, e deve continuar sendo o destaque em 2025, na visão do CFO da XP, Victor Mansur.
“Em termos de cenário macro, não tem muita novidade, é um ano com juros altos, bastante volatilidade macroeconômica, pré-ano de eleição, então tende a ser um ano de renda fixa, vai ser novamente o cavalo da vez”, afirmou em entrevista a jornalistas nesta terça-feira, destacando que a XP está bem posicionada para “surfar” essa tendência.
A receita no segmento de renda variável encolheu 15% ano a ano, para R$1 bilhão.
A receita líquida aumentou 11% ano a ano, para aproximadamente R$4,5 bilhões. Na base trimestral, esse montante representou um acréscimo de 4%. Projeções compiladas pela LSEG apontavam receita de R$4,45 bilhões.
Rentabilidade
O lucro antes do pagamento dos impostos (EBT) alcançou quase R$ 1,3 bilhão no quarto trimestre de 2024, de R$ 995 milhões um ano antes e R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre de 2024. A margem EBT passou de 24,6% para 28,7% ano a ano. No terceiro trimestre, tinha ficado em 28,1%.
A XP reportou um retorno sobre o patrimônio líquido tangível anualizado (ROTE), que avalia ser mais adequado para refletir seus negócio, ajustado de 29,2%, acima dos 25,6% no quarto trimestre de 2023 e dos 28,4% registrados no terceiro trimestre do ano passado.
O retorno sobre o patrimônio líquido anualizado (ROAE) ajustado ficou em 23,4%, de 21,1% um ano antes e 23% no trimestre anterior.
No final do quarto trimestre, a plataforma tinha R$ 1,227 trilhão em ativos totais de clientes, acréscimo de 9% em relação ao mesmo período de 2023 e de 1% na base trimestral.
De acordo com a XP, o crescimento anual foi impactado por R$103 bilhões de captação líquida e R$ 2 bilhões de apreciação de mercado. No quarto trimestre, a captação líquida total foi de R$ 25 bilhões, alta de 37% ano a ano, mas queda de 17% na comparação trimestral.
A captação líquida de varejo alcançou também R$ 25 bilhões, 21% abaixo do trimestre anterior, mas 63% acima do mesmo período de 2023. Mansur afirmou que o grupo está confortável com uma captação líquida no patamar dos R$ 20 bilhões, nível que espera manter em 2025.
No final do ano, a XP tinha 4,684 milhões de clientes ativo, alta de 3% ano a ano e de 1% na comparação trimestral. Os assessores somavam 18,2 mil, de 17,2 mil no final de 2023 e 18,4 mil no terceiro trimestre. O grupo tinha 7.442 colaboradores, de 6.669 um ano antes e 7.241 no trimestre anterior.
Banco
Mansur afirmou que o grupo deve conseguir em 2025, pela primeira vez, captar recursos pela marca do banco fora do país. Ele afirmou que a XP pretende acessar esse capital internacional via emissão de bonds, mas que a data vai depender “de uma janela boa de mercado”.
Em relação ao tamanho da emissão, em razão de ser estreia, ele adiantou que deve ficar na casa dos US$ 500 milhões a US$ 700 milhões.
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